Psicóloga Lilian Reis

Como posso ajudar alguém com depressão?

A depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente.

Esse transtorno psiquiátrico atinge pessoas de qualquer idade — embora seja mais frequente entre mulheres — e exige avaliação e tratamento com um profissional. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.

Hoje se sabe que a depressão não promove apenas uma sensação de infelicidade crônica, mas incita alterações fisiológicas, como baixas no sistema imune e o aumento de processos inflamatórios. Por essas e outras, já figura como um fator de risco para condições como as doenças cardiovasculares.

Essa é uma doença grave que devemos ficar alerta ao perceber  sinais em uma pessoa como: Isolamento, tristeza, choro, pessimismo, desmotivação, medo excessivo e sentimento de inutilidade. Esses sintomas são os mais comuns que passam a caracterizar depressão, quando a pessoa ultrapassa 30 dias ou mais agindo dentro desse padrão.

Muitas pessoas, quando tem algum familiar ou amigo diagnosticado com depressão, sentem-se perdidas em como lidar com a situação ou o que fazer para ajudar. E de fato, quase todo mundo conhece alguém que sofre ou já sofreu com essa doença, por isso é tão importante falarmos sobre o tema e divulgarmos informações.

O que podemos fazer então para auxiliar alguém com depressão?

1) Saiba o que é depressão

A primeira coisa que você pode fazer se deseja auxiliar verdadeiramente alguém deprimido, é saber o que é a depressão. Existe muito senso comum ainda a respeito das pessoas que sofrem com a depressão, que muitas vezes não são compreendidas pelos familiares mais próximos e amigos. Mesmo que esse imaginário esteja se transformando nos últimos tempos por conta da divulgação de informações, muitas pessoas ainda acreditam que a depressão não é uma doença e sim um “estado de espírito”, “falta do que fazer”, “falta de vontade”, etc. É preciso que cada vez mais pessoas tenham o conhecimento de que a depressão é uma doença! E, diferente do que muitos acreditam, os fatores sociais e psicológico são consequências da depressão e não as causas dela. Alguns estudos indicam que estresse e outros eventos podem desencadear a depressão em indivíduos com essa predisposição, que pode ser genética (mas nem todas as pessoas com essa predisposição irão, necessariamente, desenvolver quadros depressivos). A depressão ocorre por alterações químicas no cérebro, especialmente em relação aos neurotransmissores (Serotonina, Noradrenalina e, em menor proporção, dopamina) – que são as substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Estão envolvidos também outros processos que ocorrem no interior das células nervosas.
Então, pesquise sobre a depressão o máximo que puder. Quanto maior o seu conhecimento acerca do assunto, mais você conseguirá ajudar da forma correta a pessoa deprimida.

2) Conheça os sintomas da Depressão

Quando você sabe identificar os sintomas da depressão, fica mais fácil ajudar e orientar a pessoa deprimida. Um dos aspectos principais é saber diferenciar a tristeza comum da depressão em si.
A tristeza ocorre em muitos momentos de nossa vida e todas as pessoas irão se sentir tristes em algum momento. Ela está presente em momentos de frustrações, de perdas, de luto e outros. Mas a tristeza é uma condição passageira, mesmo em situações mais intensas, como o luto (que, inclusive, pode durar mais tempo em algumas pessoas do que em outras).
A depressão é um quadro patológico, crônico. É uma tristeza profunda que ocorre mesmo sem motivo aparente ou que possa ser explicado. Além disso, a depressão é uma doença incapacitante, ou seja, o indivíduo perde o prazer em atividades que antes gostava e não consegue mais desempenhar as funções que sempre fizeram parte de seu cotidiano. A duração e a intensidade podem variar de pessoa para pessoa e os quadros podem ser classificados em três graus: leves, moderados ou graves.
Os sintomas podem variar entre os indivíduos, mas os mais frequentes são: apatia e perda de energia para as atividades rotineiras, distúrbios do sono, variação de peso (ganho ou perda), fadiga, dificuldade de concentração, culpa excessiva, baixa autoestima e diminuição da libido.

3) Incentive a continuidade do tratamento

Caso a pessoa com os indícios de depressão ainda não buscou ajuda profissional, o que você pode fazer é incentivá-la a buscar. Se for preciso, ajude a buscar indicações de Psicólogos e Psiquiatras e até a agendar as consultas. Muitas vezes é difícil para a pessoa deprimida dar os primeiros passos sozinha.
Depois, incentivar a continuidade do tratamento é importantíssimo. Em alguns casos, quando o indivíduo faz uso de medicações e percebe a melhora, abandona o tratamento na metade do caminho ou mesmo no início. É essencial que a pessoa continue o tratamento, não apenas medicamentoso (se for o caso), mas também associado à psicoterapia, que irá garantir a manutenção do quadro de depressão.
Lembre-se: o tratamento adequado é o que irá fazer com que a pessoa deprimida melhore. Sem ele, de nada adiantará tentar ajudá-la com falas motivacionais ou mesmo recomendações como: “Isso é só uma fase”, “Tenha mais força de vontade”, “Anime-se”, “Há pessoas com problemas piores que o seu”.

4) Tenha os contatos dos médicos e especialistas e preste atenção à pessoa;

Ter acesso aos contatos de médicos e outros profissionais que acompanham a pessoa com depressão é muito importante. Você não irá ter acesso àquilo que é conversado entre o indivíduo e o psiquiatra ou o psicólogo devido ao sigilo do tratamento, e isso deve ser respeitado sempre. Mas é preciso ficar atento aos sinais que a pessoa deprimida dá, como pensamentos de morte, ideação suicida ou desesperança com o tratamento. Nestes casos, é importante comunicar aos profissionais para que eles possam tomar as medidas adequadas. Deve ser informado ao médico também a possibilidade de o paciente deixar de tomar os medicamentos por conta própria, o que pode ocorrer devido aos efeitos colaterais.
Mas, como já foi citado, é necessário respeitar o sigilo daquilo que o paciente conversa com seu médico ou psicólogo. Não questione a pessoa sobre o que exatamente ela falou aos profissionais.

5) Converse com a pessoa deprimida;

Fale com a pessoa sempre que puder sobre como ela está lidando com o tratamento, se ela está seguindo corretamente as orientações, se está precisando de algo e também, sobre a depressão em si. Fale sobre as diferenças entre a tristeza comum e os quadros depressivos. Mostre que você compreende a doença. E, também, não superproteja a pessoa. Ajude-a a programar atividades e a voltar aos poucos ao convívio social, conforme sua melhora.

6) Converse com outras pessoas próximas ao indivíduo deprimido;

Explicar a outras pessoas que também convivem com o indivíduo com depressão a respeito da doença, dos sintomas e do tratamento é essencial para aumentar as chances de melhora. Explique também sobre os cuidados necessários que devem ter com a pessoa (os sinais a respeito de suicídio, citados no item 4 e também sobre a continuidade do tratamento).

Ou seja, compartilhe informações! Quanto mais pessoas tiverem conhecimento sobre como lidar, melhor poderão ajudar às pessoas com depressão.

Fonte: https://saude.abril.com.br/ ; Psicologia Acessível

 

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A depressão é caracterizada pela perda ou diminuição de interesse e prazer pela vida, gerando angústia e prostração, algumas vezes sem um motivo evidente.  Esse transtorno psiquiátrico atinge pessoas de qualquer idade — embora seja mais frequente entre mulheres — e exige avaliação e tratamento com um profissional. O desânimo sem fim é fruto de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, ligada à sensação de bem-estar.
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